A doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo crônico que afeta o sistema nervoso central, em particular as áreas responsáveis pelo controle dos movimentos. Ela recebe esse nome em homenagem ao médico britânico James Parkinson, que descreveu os principais sintomas da doença em 1817. Saiba mais!

A. O que é a doença de Parkinson

A doença de Parkinson é caracterizada pela perda progressiva de células produtoras de dopamina em uma região do cérebro chamada substância negra. A dopamina é um neurotransmissor que desempenha um papel crucial no controle dos movimentos voluntários. A falta desse neurotransmissor leva a uma disfunção na comunicação entre as células nervosas, resultando em sintomas motores e não motores.

B. Estatísticas sobre a doença

As estatísticas sobre a DOENÇA DE PARKINSON podem variar dependendo do país, da população estudada e dos critérios de diagnóstico utilizados. Aqui estão algumas informações gerais com base em estudos e dados disponíveis:

    • Prevalência: A doença de Parkinson afeta pessoas em todo o mundo. Estima-se que a prevalência global seja de aproximadamente 1 a 2% em pessoas com mais de 65 anos. A incidência da doença aumenta com a idade.

    • Idade: Embora a doença de Parkinson seja mais comum em pessoas idosas, também pode ocorrer em pessoas mais jovens. Cerca de 5 a 10% dos casos são diagnosticados antes dos 50 anos, chamados de Parkinsonismo de Início Precoce.

    • Gênero: A doença de Parkinson afeta ambos os sexos, mas alguns estudos sugerem que os homens têm uma taxa ligeiramente maior de incidência em comparação com as mulheres.

    • Fatores de risco: A idade é um fator de risco significativo para o desenvolvimento da doença de Parkinson. Além disso, certos fatores genéticos e exposição a substâncias químicas tóxicas, como pesticidas, estão associados a um maior risco de desenvolver a doença.

    • Impacto socioeconômico: A doença de Parkinson pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, bem como nas suas famílias e cuidadores. Os sintomas motores e não motores da doença podem afetar a capacidade de trabalho, as atividades diárias e as relações sociais.

Sintomas da doença de Parkinson

Os sintomas da doença de Parkinson podem variar de uma pessoa para outra, mas os mais comuns incluem:

A. Tremores

O tremor é um dos sintomas mais característicos da doença de Parkinson. Geralmente ocorre em repouso e afeta principalmente as extremidades, como as mãos, os braços, as pernas e o queixo. O tremor tende a diminuir ou desaparecer durante a realização de uma atividade voluntária.

B. Rigidez muscular

A rigidez é causada pelo aumento do tônus muscular e resulta em sensação de rigidez, resistência ou dificuldade de movimentar as articulações. Os músculos podem se sentir rígidos e inflexíveis, limitando a amplitude de movimento.

C. Lentidão de movimento

É caracterizada pela diminuição da velocidade e fluidez dos movimentos. As tarefas cotidianas podem se tornar mais demoradas e difíceis de executar, como levantar-se de uma cadeira, andar ou realizar movimentos finos com as mãos.

D. Dificuldade de equilíbrio e coordenação

Pessoas com doença de Parkinson podem apresentar problemas de equilíbrio e coordenação, o que pode levar a quedas frequentes. A postura pode ficar prejudicada, com inclinação para a frente e passos curtos e arrastados ao caminhar.

E. Alterações na fala e escrita

Os músculos envolvidos na fala e na escrita podem ser afetados pela doença de Parkinson, resultando em alterações na fala, como voz baixa, monótona e arrastada, dificuldade de articular as palavras e fala mais lenta. A escrita também pode se tornar pequena, ilegível e lenta (micrografia).

Causas da doença de Parkinson

As causas da doença de Parkinson não são completamente compreendidas, mas diversos fatores têm sido associados ao seu desenvolvimento. As principais causas incluem:

A. Fatores genéticos

Acredita-se que certas mutações genéticas possam desempenhar um papel no desenvolvimento da doença de Parkinson. No entanto, a grande maioria dos casos de Parkinson não é hereditária, o que significa que não é transmitida de pais para filhos de forma direta.

B. Fatores ambientais

A exposição a certos fatores ambientais pode aumentar o risco de desenvolver a doença de Parkinson. Alguns exemplos incluem exposição a pesticidas, herbicidas, solventes orgânicos, metais pesados ​​e certos produtos químicos industriais. No entanto, a relação exata entre esses fatores e a doença de Parkinson ainda está sendo investigada.

C. Degradação neuronal e acúmulo de proteínas

Na doença de Parkinson, ocorre uma degeneração progressiva e perda de células produtoras de dopamina em uma área específica do cérebro chamada substância negra. Além disso, observa-se o acúmulo anormal de uma proteína chamada alfa-sinucleína no interior das células nervosas, formando estruturas chamadas corpos de Lewy. Essas alterações neuronais contribuem para a disfunção do sistema motor e os sintomas característicos da doença.

Diagnóstico da doença de Parkinson

O diagnóstico da doença de Parkinson é feito por médicos especialistas, geralmente neurologistas, e envolve uma avaliação clínica detalhada, exames neurológicos e, em alguns casos, exames de imagem cerebral. Os principais métodos de diagnóstico incluem:

A. Avaliação clínica

O médico realizará uma entrevista com o paciente para obter informações sobre os sintomas presentes, a sua duração e a sua progressão. Serão investigados aspectos como tremores, rigidez muscular, lentidão de movimento, alterações na fala e escrita, problemas de equilíbrio, entre outros sintomas. Também é importante discutir o histórico médico do paciente e possíveis fatores de risco.

B. Exames neurológicos

O médico realizará uma série de testes neurológicos para avaliar o funcionamento do sistema nervoso, incluindo a coordenação motora, o tônus muscular, os reflexos, a força muscular e o equilíbrio. Esses testes podem ajudar a identificar os sinais característicos da doença de Parkinson, como tremores em repouso, rigidez e bradicinesia.

C. Exames de imagem cerebral

Em alguns casos, o médico pode solicitar exames de imagem cerebral, como a ressonância magnética (RM) ou a tomografia computadorizada (TC). Esses exames podem ajudar a descartar outras condições que possam apresentar sintomas semelhantes à doença de Parkinson.

Tratamento da doença de Parkinson

Veja como é feito o tratamento da doença de Parkinson:

A. Medicamentos

O tratamento da doença de Parkinson envolve uma abordagem multidisciplinar e pode variar de acordo com os sintomas e a progressão da doença. Aqui estão alguns dos medicamentos comumente usados no tratamento da doença de Parkinson:

1. Levodopa

A levodopa é o medicamento mais eficaz no tratamento dos sintomas da doença de Parkinson. Ela é convertida em dopamina no cérebro e ajuda a compensar a deficiência desse neurotransmissor. A levodopa alivia a rigidez muscular, a bradicinesia e melhora os tremores. Pode ser combinada com um inibidor da descarboxilase periférica para melhorar sua absorção e eficácia.

2. Agonistas dopaminérgicos

Os agonistas dopaminérgicos são medicamentos que atuam diretamente nos receptores de dopamina no cérebro, estimulando-os e aliviando os sintomas da doença de Parkinson. Existem vários tipos de agonistas dopaminérgicos disponíveis, como pramipexol e ropinirol.

3. Inibidores da monoamina oxidase-B

Esses medicamentos inibem a enzima monoamina oxidase-B, que degrada a dopamina no cérebro. Ao inibir essa enzima, os IMAO-B aumentam os níveis de dopamina disponíveis no cérebro, melhorando os sintomas motores da doença de Parkinson. Selegilina e rasagilina são exemplos comuns de IMAO-B.

B. Cirurgia

Na doença de Parkinson, a cirurgia é considerada uma opção quando os sintomas não estão sendo adequadamente controlados com medicamentos ou quando surgem efeitos colaterais significativos da terapia medicamentosa. Existem duas principais abordagens cirúrgicas utilizadas no tratamento da doença de Parkinson:

1. Estimulação cerebral profunda

A ECP é um procedimento cirúrgico no qual eletrodos são implantados em regiões específicas do cérebro, geralmente no núcleo subtalâmico, globo pálido interno ou tálamo. Esses eletrodos são conectados a um dispositivo semelhante a um marca-passo chamado gerador de pulsos, que é implantado sob a pele no peito ou abdômen. O gerador de pulsos envia impulsos elétricos para as regiões cerebrais-alvo, ajudando a regular a atividade neural e aliviando os sintomas da doença de Parkinson.

2. Ablação de tecido cerebral

A ablação de tecido cerebral é um procedimento cirúrgico no qual regiões específicas do cérebro são lesadas ou removidas para aliviar os sintomas da doença de Parkinson. Existem diferentes técnicas de ablação, como a talamotomia e a palidotomia, que visam atingir e destruir áreas cerebrais específicas envolvidas nos sintomas motores da doença de Parkinson.

C. Terapias complementares

Além da terapia medicamentosa e das opções cirúrgicas, existem várias terapias complementares que podem ser benéficas no tratamento da doença de Parkinson. Essas terapias têm como objetivo melhorar a qualidade de vida, reduzir os sintomas e ajudar a manter a funcionalidade do paciente. Algumas terapias complementares comumente utilizadas incluem:

1. Fisioterapia

A fisioterapia desempenha um papel importante no manejo da doença de Parkinson, ajudando a melhorar a força muscular, a flexibilidade, o equilíbrio e a coordenação. Os exercícios físicos podem ser adaptados para as necessidades individuais do paciente e podem incluir alongamentos, fortalecimento muscular, treinamento de equilíbrio e atividades de coordenação motora. A fisioterapia também pode ajudar a melhorar a marcha e a mobilidade geral do paciente.

2. Terapia ocupacional

A terapia ocupacional visa ajudar o paciente a realizar as atividades diárias de forma independente e eficaz. Os terapeutas ocupacionais podem fornecer estratégias e técnicas para facilitar as tarefas cotidianas, como tomar banho, vestir-se, alimentar-se e realizar as tarefas domésticas. Eles também podem fornecer orientações sobre o uso de dispositivos de assistência e adaptações para o ambiente doméstico.

3. Fonoaudiologia

A fonoaudiologia desempenha um papel importante no tratamento dos distúrbios de fala e deglutição associados à doença de Parkinson. Os fonoaudiólogos podem ajudar a melhorar a articulação da fala, a ressonância vocal e a intensidade vocal. Eles também podem fornecer estratégias para melhorar a deglutição e prevenir a aspiração de alimentos ou líquidos.

Perspectivas para a doença de Parkinson

A doença de Parkinson é um campo ativo de pesquisa e existem muitas investigações em andamento para melhor compreender a doença, desenvolver novos tratamentos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Aqui estão algumas perspectivas promissoras:

A. Pesquisas em andamento

As pesquisas estão focadas em diferentes aspectos da doença de Parkinson, desde a compreensão dos mecanismos subjacentes até a busca por biomarcadores e novas abordagens terapêuticas. Os cientistas estão investigando os fatores genéticos e ambientais associados à doença, bem como os processos de degeneração neuronal e a formação de agregados de proteínas. Também estão sendo realizados estudos para identificar biomarcadores que possam ajudar no diagnóstico precoce e no monitoramento da progressão da doença. Além disso, pesquisas estão em andamento para desenvolver terapias mais eficazes e estratégias de prevenção.

B. Novos tratamentos em desenvolvimento

Vários tratamentos inovadores estão em desenvolvimento para a doença de Parkinson. Isso inclui novos medicamentos que visam abordar os diferentes aspectos da doença, como terapias que visam a modulação de vias específicas do cérebro, redução do estresse oxidativo, diminuição da inflamação e neuroproteção.

C. Esperança para pacientes e familiares

Com o avanço contínuo da pesquisa, há esperança para os pacientes e seus familiares. Embora ainda não exista uma cura para a doença de Parkinson, os tratamentos atuais podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, as pesquisas em andamento estão abrindo caminho para o desenvolvimento de novas terapias e abordagens mais eficazes.

Quando procurar um médico

É recomendado procurar um médico se houver suspeita de doença de Parkinson. Aqui estão alguns sinais e sintomas que podem indicar a necessidade de uma consulta médica:

A. Sintomas persistentes

Se você está experimentando sintomas motores como tremores, rigidez muscular, lentidão de movimento ou dificuldade de equilíbrio, que persistem por um período prolongado e não desaparecem, é importante buscar avaliação médica. Esses sintomas podem ser indicativos de doença de Parkinson, mas também podem ter outras causas, portanto, é fundamental obter um diagnóstico adequado.

B. Dificuldade de realizar atividades diárias

Se os sintomas motores da doença de Parkinson estão afetando sua capacidade de realizar atividades diárias, como caminhar, vestir-se, alimentar-se ou realizar tarefas domésticas, é recomendado procurar um médico. A doença de Parkinson pode impactar significativamente a qualidade de vida e a independência funcional, e o tratamento adequado pode ajudar a minimizar esses impactos.

C. Dificuldade de gerenciar sintomas com tratamentos atuais

Se você já foi diagnosticado com doença de Parkinson e está enfrentando dificuldades em controlar seus sintomas com os tratamentos atuais, é importante discutir essas preocupações com seu médico. Existem opções terapêuticas adicionais disponíveis, e seu médico poderá reavaliar seu plano de tratamento, ajustar a dosagem dos medicamentos ou considerar outras intervenções para melhorar o controle dos sintomas.

Perguntas frequentes

Confira algumas questões frequentes sobre Parkinson:

A doença de Parkinson pode ter uma componente genética, mas a maioria dos casos não é hereditária. Estima-se que apenas cerca de 10% a 15% dos casos de Parkinson tenham uma causa genética identificável.

Até o momento, não existe uma forma comprovada de prevenir a doença de Parkinson. No entanto, adotar um estilo de vida saudável pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença ou retardar sua progressão. Isso inclui manter uma dieta equilibrada, realizar exercícios físicos regularmente, evitar a exposição a toxinas ambientais, como pesticidas e produtos químicos tóxicos, e manter um bom controle de doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes.

A doença de Parkinson e o tremor essencial são duas condições distintas, embora compartilhem algumas semelhanças. A doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo que afeta o sistema nervoso, resultando em sintomas motores característicos, como tremores, rigidez muscular e lentidão de movimento. Além dos sintomas motores, a doença de Parkinson também pode causar sintomas não motores, como problemas de sono, alterações cognitivas e alterações emocionais.

O tremor essencial, por outro lado, é um distúrbio neurológico caracterizado por tremores involuntários, principalmente nas mãos, mas também pode afetar a cabeça, voz e outras partes do corpo. O tremor essencial é considerado uma condição benigna, semelhante ao tremor fisiológico que ocorre em algumas pessoas durante certas atividades. Diferentemente da doença de Parkinson, o tremor essencial não está associado a outros sintomas motores típicos da doença de Parkinson, como rigidez muscular ou lentidão de movimento.

Sim, a doença de Parkinson pode levar ao desenvolvimento de demência em alguns casos. A demência parkinsoniana é um termo usado para descrever a perda gradual da função cognitiva em pessoas com doença de Parkinson. É caracterizada por problemas de memória, dificuldades de raciocínio, alterações no comportamento, dificuldades na execução de tarefas complexas e outras alterações cognitivas. 

A demência parkinsoniana é causada por alterações na função cerebral relacionadas à doença de Parkinson, incluindo a formação de depósitos de proteínas anormais chamadas de corpos de Lewy. Nem todas as pessoas com doença de Parkinson desenvolvem demência, mas estima-se que cerca de 50% a 80% dos pacientes com doença de Parkinson avançada possam apresentar algum grau de comprometimento cognitivo ao longo do tempo. É importante notar que a demência parkinsoniana tem características distintas de outras formas de demência.

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